Endgame, by REM

Boa noite pessoas. Quem me conhece sabe que não poderia escrever algo sobre o desfecho do REM. Até demorei mais que o previsto porque queria degustar melhor essa ideia, tentar absorver e entender. 
Não é nada demais, não há nada de fantástico no fim da banda. O REM cumpriu bem o seu papel durante décadas (3 delas + 1 ano) e estava fadada ao fim. Foi meio que um casamento com os fãs e ideais que tinham, uma hora acabaria.

Em minha parca opinião, eles já vinham há um bom tempo num caminho não muito bom. Álbuns que se repetiam, sons que já não remetiam às antigas vontades e anseios de seus integrantes e de seus fãs, estes aliás, cresceram, deixaram conflitos no passado e amadureceram graças aos conselhos do Sr. Stipe e sua trupe.
As doses medicinais musicais do REM já haviam sido absorvidas pelo seu público e integrantes, e como todo remédio, um dia o corpo se acostuma e vai perdendo seu efeito, tornando-se "lugar comum" - e isso foi o que veio acontecendo com eles.

O último álbum de verdade do REM foi o Reveal (2001), pois nele havia toda a inspiração dos anos anteriores, faixa a faixa. Daí pra frente, já com o Around the Sun (2004), a coisa já não era a mesma, dava pra notar. As músicas pareciam mais do mesmo, e meio que giravam em torno de outras já existentes... algo meio chiclete mastigado. Tanto que, após isso vieram dois albuns ao vivo, com o Accelerate (2008) no meio; até esbarrarem por força contratual no Collapse into Now (2011), que aliás foi um título bem propício.
O fim era fato, e foi até um ato de boa fé com a força artística de cada integrante e com seus fãs, pois este não merecia ver a banda fenecer ainda mais - sua trajetória havia sido tão rica, não podia perder seu valor assim.

Fizeram bem, terminaram ainda "por cima", com o devido valor. Falta, claro que vou sentir, mas tenho aí discos e mais discos... quer dizer, doses e mais doses para curar as mazelas que virão, porque nesse caso, a receita pode até ficar velha, mas terá sempre o mesmo efeito, geração após geração.


Claro que não poderia deixar faltar um setlist, mas esse é especial porque é um TOP 5. Foi difícil, mas consegui as cinco mais próximas a mim... baixem e curtam.



Obrigado  Michael Stipe  Peter Buck  Mike Mills e  Bill Berry.

Comentários

Adriana Buarque de Holanda disse…
Vc escreve super bem, Ceciliano. O blog já entrou nos meus favoritos. Olha, concordo em td q vc falou do REM e gostaria mt de ver outras figuras públicas terem a coragem de sair da mídia, se "aposentar", digamos. Terminam caindo numa decadência tamanha que, com nossa curta memória, tendemos a recordar mais o ruim do fim do que o legal do trajeto. Fã dos Smiths e Morrissey, temia q este fosse seu fim, mas o véi charmoso deu a volta por cima sem perder a identidade. Se eu pudesse falar com o Stipe, eu diria "TCHAU REM, vcs sempre serão maravilhosos, agora vai escrever, produzir e cuidar do meio ambiente", que aliás é um dos seus projetos mais sérios no momento. Nada de SAVE THE WHALES, mas investir em países em situação de miséria para o desenvolvimento local sustentável, junto com outras bandas. Se não me engano, o Stipe está envolvido com o cultivo da soja (ou trigo?). Isso já faz tempo que soube e desde então imaginei que brevemente ele se voltaria para seu lado mais social/espiritual. Só lamento veementemente não tê-los visto ao vivo. Valeu!
Chuck disse…
Agora senta e chora

Postagens mais visitadas