Que me resta

Encostado no muro
contra a parede
de frente para a rigidez dos fatos
caindo e morto de sede

Meço minhas palavras
mesmo as que ainda não foram ditas
que não foram proferidas
que não foram elaboradas

Faço minha prece
com ar de louco bandido
implorando um perdão perdido
no meio de pensamentos
e do desejo que dentro de mim cresce

Não vim até aqui para voltar
não fiz dos fatos, minhas sandálias por nada
não quero, não vou, não posso
ficar me lamentado pelo passo em falso
de uma palavra já falada

Quero apenas acatar meu pagamento
minha doce culpa de ter feito o que foi bom
mesmo que não tenha sido um bem
mas quero ser reconhecido
mesmo que não merecido
que não quero mais nada de outrem.

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