Ambos

Para ele, ela era a garota perfeita.
Para ela, ele era... 
Bem, para ele, ela seria algo comparado a um marco em sua vida. Nunca havia conhecido ninguém de tamanha forma exata em suas medidas, as mensuráveis, e as não.
Para ela, ela era... bem, era... apenas ele.
Ela, por sua vez, era tudo o que ela havia procurado, e a encontrou antes mesmo de a conhecer. Quando os sentidos trabalham, as resoluções ficam mais fáceis.
Ele, para ela, significava um novo alguém na sua vida; Um alguém a mais na sua vasta e seleta peneira de amizades. Sim, ele era legal. Alguém com quem conversar.

Ele era alguém que procurava sem saber, por ela. Havia se desplugado dessa vida de buscas pela felicidade há tempos. Mas, as tramóias do destino, em suas linhas controversas, não lineares e supra carregadas de surpresas, o trouxeram a este impasse: olhar e saber que ela existe.

Ela sempre esteve à mercê do destino. Nunca quis se arriscar sozinha por aí e sempre tinha algo ou alguém para dividir, compartilhar. Não sabia mais andar sozinha, embora tivesse forças para isso.

Para ele, ela era a barreira. Era o limiar de sentimentos há muito tempo extintos e a base de seus desejos mais íntimos. Sua redenção, espelho, vontade de ser gente. Mas como toda boa barreira, esse servia muito bem para os dois lados, e o que ele mais enxergava era o impedimento.

Para ela, ele seria um bom recanto simples para desaguar suas mágoas ou alegrias. Apenas isso.

Para ambos, saber de suas existências foi bem gratificante e produtivo, e em como toda boa fatalidade de destinos, o que ele trouxe de ruim para ela, virou exemplo de fortaleza e vitalidade para ela seguir em frente e montar sua vida com outro alguém; o que ela trouxe de bom para ele, serviu de fraqueza e ponderação naquilo em que um dia havia deixado de acreditar.

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