Crônica - Ele(a) a(o) esperou.

Ele a esperou

O sorriso que abriu o céu novamente em sua moradia; o alento em ouvir sua voz, em ter seu sorriso brilhando em seu preenchimento por completo. Essas eram as dádivas que ele sentia ao conhece-la.
Mas ela era proibida. Ele também.

Ele a esperou.

O oceano de angústia, dúvida e vontade se formava no mesmo espeço onde a esperança fazia sua morada. Eram próximos, eram eles sem outros, apenas eles. Eram similares, mas diferentes; atraíam-se e ele sentis isso. Ela não.

No mundo perfeito eles estariam livres e presos aos seus sentimentos recíprocos. No mundo ideal seriam dois pássaros livres com suas moradas. No mundo real, não.
Ele a esperou.

Enfim os primeiros raios solares surgiram, enfim ela estava visível, nítida, mas ele estava tão ansioso que sequer conseguia coordenar seus sentimentos. Sentia-se mal por isso, receoso por estragar algo. Ele a queria, muito, demais. Ela... talvez não.
Mas ele era corajoso. Aproximou-se, mostrou-se e viu então, que os raios já não mais apontavam pra sua morada, direcionaram-se para uma outra casa, um outro lar. Ela o avisou, entre um gole e outro de café, que seu brilho agora estava em outro porto. Ele entendeu, foi educado, rasgou sua alma em mil pedaços amaldiçoando-se por não ter sido ávido antes. Contorceu-se, cedeu-se, partilhou-se e depois reassumiu a postura que ela sempre esperou dele, não de receptou de sua luz, mas de uma fonte para ajudar a brilhar, para ajudar a iluminar outras casas, menos a sua. Morreu um pouco mais, porém...


Ele a esperou.

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